Vou concluir, hoje, minhas impressões sobre a Nova Zelândia, aquela
ilha paradisíaca que dorme, isolada, no oceano Pacifico. Como já
mencionei, estivemos lá duas vezes, e espero que descansemos um
pouco, porquanto a viagem é longa.
Mas qual a razão do
título? Prossiga na crônica, curioso. Não esqueça que nesta
viagem àquela ilha o calendário assinalava a Semana Santa, quando
recordamos os sofrimentos de Jesus.
Continuemos com a
viagem. Digo, agora, passeio. Passeio de carro, com meu filho Germano
na direção pela mão esquerda. E lá fomos estrada afora, entre
altíssimas e silenciosas montanhas, muitas delas com suas cascatas,
que desciam numa lentidão de lágrimas. Montanhas nunca vistas com
tanta abundância. E nos informaram que muitas delas, no passado, se
irritavam e viravam vulcões. Mas no nosso passeio, elas dormiam seu
sono místico.
Eram montanhas de um
lado, florestas do outro, e, por cima, um céu limpo de nuvens.
Quanto silêncio, meu Deus! Dava para ouvir as batidas do coração.
Quilômetros e mais quilômetros, e, de repente, a Pastoral de
Beethoven pelo rádio, em homenagem àquele momento de paz. Ah, se o
mestre de Bonn, tivesse conhecido a Nova Zelândia! Quanta inspiração
encontraria para as suas sinfonias e sonatas!
Horas e horas
caminhando no paraíso. E eis que regressamos com o coração
vibrando de contentamento, os olhos ricos de imagens paradisíacas.
De repente, alguém lembra: quando é que vamos a Kare Kare, uma
praia distante e isolada, que já foi cenário do famoso filme “O
Piano”. E lá fomos atrás de mais um paraíso.
Mas, aqui é que começa meu sofrimento. A mata intrincada, quase
virgem, muitas pedras no chão e muitas árvores se abraçando,
querendo impedir nossa caminhada. Seriam ciúmes? Não sei. Só sei
que tive de entrar num riacho cheio de pedrinhas furando os meus pés.
Fui amparado pelo braço do meu amigo Davi, que, ao invés, de pena,
dava boas risadas.
Por fim, a praia.
Uma praia mais para surfistas do que para banhistas. Uma praia
mística, boa para a reflexão, para uma conversa com Deus. Ah, as
pedrinhas do riacho! Como sofri...! Mas, pior foram aqueles pregos
enormes furando os pés de Jesus.
E foi com os meus,
ardendo que nem fogo, que sai pisando naquele mundo frio e
silencioso. Aí respirei fortemente, e botei aquela paisagem dentro
de mim.
A praia de Kare Kare
continua na minha cabeça. Que refúgio! Não me esqueço daqueles
jovens bonitos e cheios de vida, dentro de uma barraca, preparando o
material para o surf. Muitos deles já estavam deslizando nas ondas
fazendo inveja ao cronista, que tiritava de frio. Sim, lembrar que eu
estava numa ilha solta no Pacífico, um pedacinho de nada de terra.
Esta viagem, aqui na Nova Zelândia não foi só uma viagem, nem um
passeio. Foi uma grande aventura!
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