A presidente Dilma veio nos visitar pela primeira vez. Foi uma visita
relâmpago. Mas deu tempo para ela deixar uma boa verba de seis
bilhões de reais para o nosso estado. E parte dessa verba é para o
Centro de Convenções lá do Planalto Cabo Branco, que vai atrair
milhares de turistas e congressistas para a nossa capital.
Dilma
demorou pouco, mas deu tempo para tirar muitas fotos, exibir o seu
charme, cabelo muito bem tratado, blusa vermelha e, decerto, um
discreto e suave perfume. Seis bilhões já são alguma coisa. Houve
entrevistas, sorrisos, palmadinhas nas costas e muito verbo, além da
verba.
Mas,
espero que os jornais que noticiaram a presença de Dilma não tenham
chegado ao nosso Sertão, que está virando um grande deserto, com os
açudes secando, o gado morrendo, e a sede matando as pessoas. Seria
mais uma humilhação.
Lamentei
muito que a visita da elegante presidente tenha se limitado apenas a
João Pessoa. Acho até que muitos dos que a receberam tenham ficado
calados. Esqueceram os sertanejos morrendo de fome. Depois, para o
angustiante problema só há uma solução. E é aí que está o
problema. A solução, que é a irrigação. Tirar um pouco da água
do rio São Francisco e jogá-la no Sertão, que a coisa está braba.
E outras secas aparecerão se nada disso for feito.
Mas
por que não querem que a água do grande rio mate a sede das regiões
vizinhas? Por que será que uma obra tão urgente demora tanto a sair
do papel?
Daí
o silêncio de Dilma, o silêncio das forças ocultas, que só querem
o grande rio para elas. E que continuem a desviar a atenção para o
crucial problema.
Ah
se o presidente Epitácio Pessoa, nosso ilustre conterrâneo,
soubesse desse frio alheamento diante da seca do sertão
nordestino... Ele que chegou a ir para a tribuna bradar contra esta
calamidade interminável. E isto de dedo em riste, como se pode ver
em seu busto, logo à entrada da grande avenida que tem o seu nome.
Duvido que ele recebesse um presidente e não lhe mostrasse os
estragos da seca paraibana.
A
presidente Dilma veio, como sempre bonita, arrumada, deixando 6
bilhões e, decerto, o cheiro de seu perfume de mulher elegante.
Foi-se a Dilma e ficou a seca.
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