Mal
me sento junto ao computador, para a confecção da crônica, e uma
porção de assuntos já se encontra em fila, aguardando a vez de
serem chamados. E vai ser difícil a escolha. Mas nem sempre é
assim.
E a
indagação é: será que o leitor vai gostar desse assunto? Ora,
ora, mas há leitor para todos os paladares. E examinando a fila, eis
que me deparo com um assunto jamais imaginado. Não penso duas vezes,
vou chamá-lo.
Trata-se
de Maçonaria, a respeitável instituição que tanta projeção teve
na História. E não esquecer que meu pai, José Augusto Romero foi
maçon. Era espírita e maçon. E soube, como ninguém, respeitar as
duas. Ele chegou a ser grão-mestre da Maçonaria. Mas, naquele meu
tempo de garoto, o que queria da Maçonaria era me sentar nas duas
esfinges de bronze que ficam na entrada do belo prédio da
instituição. O prédio é uma jóia de arquitetura, segundo meu
filho Germano, de autoria de Hermenegildo Di Láscio. Fica na avenida
General Osório, antiga Rua Nova. Acontece que eu morava. ali. Muitas
vezes ia sozinho, outras vezes acompanhado de meu pai. E quem ficava
sempre na Loja, despachando e atendendo as pessoas, era o Augusto
Simões, um homem gordo, excelente pessoa humana. Eu adorava entrar
na maçonaria para ler as revistas em sua grande biblioteca. E quem
me atendia era um senhor chamado Arnaud.
As
reuniões dos maçons eram à noite, no primeiro andar. E às vezes,
eu ouvia pancadas no soalho. A Maçonaria tem os seus segredos, que
era proibido aos maçons divulgá-los a quem não era maçon.
Eles
conheciam os companheiros por um simples aperto de mão. Meu pai
nunca me satisfez a curiosidade. Nada me informou a respeito da
Instituição. E saber que o grande Mozart era maçon...
Havia
muita curiosidade em torno da Maçonaria. Diziam que lá havia um
bode preto. E eu ficava com medo. Meu pai, certa vez, me perguntou:
quer ser batizado pela Maçonaria? Fiquei em dúvida. Aí ele
concluiu: o batismo não é com água, como na Igreja, e sim com mel.
Que gostosura!
Maçonaria,
uma respeitável instituição. Se não fosse, meu exigente pai não
faria parte dela.
O
magnífico prédio da Loja Maçônica “Branca Dias”. repito, é
uma jóia de arquitetura, um valioso monumento histórico, guarnecido
por duas esfinges.
Outra
coisa que me intrigava: por que a Maçonaria não admite mulheres em
sua administração? Nunca tive coragem de abordar essa questão ao
meu venerando pai, grão-mestre de lá...
![]() |
RECOMENDE AOS SEUS AMIGOS |
0 comentários
Postar um comentário